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22 de fev. de 2011

A Prostituta Sagrada




A israelense Yona Wollach (1944-1985) é uma personalidade complexa. Nunca conseguiu se fixar em empregos. Internou-se voluntariamente em um hospital psiquiátrico, onde era submetida a sessões de aplicação de ácido lisérgico. Morou quase toda a vida num galinheiro adaptado em Kiriat Ono.
Sua obra poética pode ser considerada emotiva, irônica, pornográfica e de elevada imaginação metafórica. Morreu de câncer.
O poeta Moacyr Amâncio (que futuramente merecerá um post) acabou de lançar o livro Yona e o AndróginoNotas sobre Poesia e Cabala, (Edusp, 160 págs, R$ 30), onde faz um apanhado da vida e obra dessa poeta que renovou a língua hebraica.


Deixa que em ti façam as palavras
deixa que elas sejam livres
elas penetrar-te-ão bem fundo
fazendo formas sobre formas
formarão em ti aquela vivência
deixa que em ti façam as palavras
elas farão em ti como quiserem
fazendo formas novas na tua cousa
farão na cousa tua
a mesma cousa exatamente
que elas são a cousa que farão
você entenderá que elas far-te-ão reviver
aquela vivência e seu significado como natureza
pois elas natureza são e não invenção
e nem descoberta que sim são natureza
farão a cousa natureza em ti
como dar sexo é vida para a palavra
deixa que em ti façam as palavras


(Fonte: Luiz Ruffato, revista Cult)

Mas quem é esse cara?