Nada é totalitário (apesar de que a palavra "nada" também o seja), mas tenho para mim que (tod)o poema deveria estar desnudo de qualquer explicação. Dedicatórias, datas, localizações, citações são apenas a pueril vaidade do poeta enchendo linguiça. Vade-retro, satanás! Nem sempre consigo exorcizar o demônio. Este texto, por exemplo, já deu, mas o poema abaixo, filho de minhas entranhas, sequer vem vestido com um título.
As
grosseiras palavras contra Rilke
não
foram pra atingi-lo, caro amigo.
Mas
devo admitir, foi muito engraçado.
Não
leve para o lado pessoal.
(Fico
pensando, se falasse mal
de Cairo ou Cabral, de Glauco ou Britto
de Cairo ou Cabral, de Glauco ou Britto
ficaria
também meio bolado.)
É
sincero o que digo: me desculpe.
Sobre
o poema em inglês, a razão
(de novo) está contigo. É insensato
(de novo) está contigo. É insensato
ensaiar
voo na língua de Shakes-
peare,
se temos um vocabulário
"assaz" rico. Você fala alemão?
"assaz" rico. Você fala alemão?
Em tempo: achei que preferisse Blake.
(FF)